O Coaching está em apuros…
Nessa semana saiu o 9º episódio da terceira temporada do Greg News, programa apresentado por Gregório Duvivier pela HBO. No programa Gregório demonstra a confusão que alguns profissionais estão causando no mercado de desenvolvimento humano, mais especificamente na área de Coaching.
De uma forma despojada, engraçada e ofensiva para alguns, o apresentador faz algumas analogias que ao meu ver retratam a “prostituição” de alguns indivíduos que não agem de maneira profissional e ética durante atuação como Coach. Logicamente que uma parte da confusão se dá por falta de uma regulamentação da profissão, esse debate pela regulamentação do Coaching está longe de ser uma realidade, pois as grandes escolas não entram em um consenso perante as diretrizes da profissão no pais. Durante muito tempo trabalhando com Coaching eu não vejo esperança nessa regulamentação da profissão.
Para quem estiver disposto a investir vinte minutos do seu tempo para entender esse mercado eu recomendo que assista o vídeo no YouTube, lá são expostas grandes verdades, como a falsa indústria do Coaching, profissionais que tinham notoriedade em uma área do conhecimento e agora cantam aos quatro contos que são Coaches por muito tempo, como por exemplo Finanças, até pouco tempo o indivíduo era “Consultores Financeiros”, mas agora se nomeiam com “Coach de Investimento”. Não estou aqui questionando a capacidade técnica de um profissional, estou sim questionando o desserviço que o mesmo está causando para a metodologia Coaching. O erro na nomenclatura faz total diferença, confundindo os clientes, que por sua vez acabam por repelir os profissionais que trabalham com ética e dedicação.
“Hoje a palavra Coaching se tornou um gatilho comercial que está sendo utilizado de maneira inadequada para otimizar os ganhos financeiro”
Para você que não intende desse mercado, aqui fica a primeira dica:
Coaching é Coaching!
Não caia na falácia de Coaching para emagrecimento, Coaching de relacionamento, Kids Coaching, Coaching da mente Empreendedora, Coaching para Casamentos, Coaching do Amor, Coaching para Barbearia, e muito mais. Esses foram alguns exemplos do que eu tive o desprazer ouvir e ver propagandas.
Aí você pode perguntar, – Então todos os profissionais que se denominam Coaches são falastrões?
Lógico que não! Eu costumo classificar em três grandes grupos de pessoas que estão no mercado de Coaching.
Primeiro os que não sabem o que é coaching! Fizeram uma formação fraca que não os capacitou adequadamente com os princípios, técnicas e estratégias para atuar como Coach. Porém, como o “professor” dessa pessoa disse que aquilo que ele ensinava era Coaching e ponto final, o mesmo sai replicando o que aprendeu sem questionar. Conclusão, essa pessoa não age com maldade tentando enganar ou tirar proveito da situação, mas também não faz Coaching.
O Segundo grupo, são os que sabem o que é Coaching! Mas acabam utilizando outras técnicas e artifícios que não faz parte da metodologia Coaching para atrair e fechar clientes, assim deturbando o processo de Coaching com um mix de técnicas e metodologias. Essa pessoa sim está usando o seu cliente de forma antiética. Muitos desses profissionais misturam a Hipnose, a PNL (programação neolinguística), e até técnicas de terapia holística para induzir um estado “êxtase” em seus clientes. Alguns ainda acabam fazendo uma bela de uma Consultoria durante a sessão, matando um dos princípios do Coaching – O Coach não é especialista na vida do cliente, sendo assim, ninguém melhor que o cliente para responder as questões sobre a vida dele – Caro leitor, se você passou por uma sessão de Coaching e a pessoa te aconselhou ou fez alguma indicação, ela não fez Coaching.
“Lembre-se, em momento algum eu estou deslegitimando as outras metodologias mencionadas acima, estou apenas validando que elas não fazem parte do Coaching, e como já dizia a minha avó – cada macaco no seu galho – Outra coisa, muitas situações não são passiveis de Coaching, onde ao utilizar outra metodologia você poderá obter melhores resultados.”
Já o terceiro grupo que por sinal é o menor, são pessoas que sabem o que é o Coaching, aplicam corretamente a metodologia sem ceder à pressão do cliente, que muitas das vezes querem as respostas para o seu problema, e isso se dá pelo imediatismo enraizado nos seres humanos. Além disso existe a pressão das redes sociais, que ao acompanhar vários “Coaches” você pode verificar que o mesmo expõe 24 horas do seu dia com stories no instagram por exemplo, fotos durante a sessão, expondo assim o seu cliente, quebrando mais um princípio ético do Coaching – o Sigilo.
E nesse momento, como Coach, “eu penso, se a pessoa está 24 horas nas redes sócias em que momento ele (a) atende os seus clientes?”
Como identificar um Coach que possa me apoiar, e que não seja um falastrão?
Procure referências desse profissional como:
Tempo de atuação;
Histórico de atividades profissionais registradas na internet (site, artigos, livros, fotos, etc.);
Quais são as suas certificações e se elas são validas;
Depoimentos de outras pessoas ou empresas que já desfrutaram do serviço desse profissional;
Se o mesmo possui uma empresa com CNPJ, para que possa lhe fornecer uma nota fiscal pelo serviço prestado.
Isso é o mínimo que você deve exigir de um profissional, independente da área de atuação dele.
Quando eu falo que você deve buscar depoimentos e referências que o profissional já atuou atendendo pessoas e empresas, o motivo é por que já vi profissionais ministrando curso/certificações em Coaching que não atenderam nenhum cliente na vida. Ele aprendeu e replicou o que o seu professor lhe apresentou durante a sua formação, e nesse momento eu gostaria de lhe fazer mais uma pergunta – Você precisa passar por uma cirurgia, você daria o seu corpinho para um médico que não tem nenhuma experiência prévia?
Como você sabe, a prática é muito diferente da teoria na maioria dos casos. E antes de você abrir a sua vida pessoal e/ou profissional para alguém verifique se a mesma tem competência comprovada para lhe ajudar nessa caminhada.
Forte Abraço e Sucesso!